segunda-feira, 22 de junho de 2009

ACOMPANHANTE NO PARTO: DESEJO, DIREITO E COMPROMISSO



Presença do(a) acompanhante no parto... muitas ainda desconhecem seu direito!

O acompanhante exerce um papel especial nessa ocasião, dando apoio necessário a mulher em um momento tão importante. Sua presença é benéfica para a parturiente, o bebê e também, de certa forma para a família e equipe que está acompanhando o parto. A diminuição das taxas de cesáreas, da duração do trabalho de parto e depressão pós parto, bem como a influência positiva na formação dos laços afetivos , são apenas alguns dos benefícios. Entretanto, nem todos estão cientes de que existe uma lei que garante o direito a acompanhante durante o TRABALHO DE PARTO, PARTO e PÓS PARTO IMEDIATO, resultando assim na recusa de alguns profissionais de saúde a presença deste.

A lei sancionada foi a 11.108/2005, que abrange apenas os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e conveniados, contudo, os hospitais particulares também devem permitir a presença do acompanhante, pois está em vigor a Resolução da Diretoria Colegiada nº 36 de junho de 2008 da ANVISA, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal, ao qual o item 9.1 prevê que "O Serviço deve permitir a presença do acompanhante de livre escolha da mulher no acolhimento, trabalho de parto, parto e pós parto imediato."

Entretanto, a lei do SUS e a RDC 36 da ANVISA não prevêem uma punição para aqueles profissionais que se recusem a cumpri-las, certamente tornado-as menos eficaz.

O que fazer então, quando o profissional recusa-se a permitir o acompanhante nas ocasiões previstas?


Conversar com o profissional e mencionar a lei e a RDC 36/2008 da ANVISA, pois pode ser que ele desconheça. Alguns argumentam que a regra é válida apenas para o parto normal, o que não é verdadeiro, vale para qualquer parto.

Caso o profissional se recuse deve-se buscar a diretoria do hospital para que tome as providências no sentido de fazer cumprir a lei. Caso não dê certo, não haverá outra alternativa a não ser buscar ajuda de um profissional competente, aqui no caso, de um advogado para que tome as medidas necessárias.

Os órgãos onde os usuários podem e devem reclamar são os seguintes: Ministério da Público,CRM, Ministério da Saúde (para hospitais públicos), ANVISA, PROCON (para hospitais e planos particulares).

Por isso a importância de se conhecer e divulgar a lei, para que as mulheres conheçam seus direitos e possam argumentar caso sejam privadas da presença do acompanhante. Temos que exercer cidadania e fazer valer nossos direitos!
Fontes:
RDC 36/2008 ANVISA
Lei 11.108, de 7 de abril de 2005http://papointimo.terra.com.br



quinta-feira, 11 de junho de 2009

EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE DA MULHER...Um assunto bastante interessante









A Evolução das Políticas de Saúde da Mulher foi o tema de minha primeira aula na especialização, então achei interessante começar falando sobre este.

A saúde da mulher no Brasil, foi incorporada as políticas nacionais de saúde nas primeiras décadas do século XX. Nos anos 30, 50 e 70 os programas materno-infantis tinham uma visão limitada sobre a mulher, com base apenas em sua característica biológica sendo seu papel social de mãe e do lar. Posso citar como exemplo o Programa Nacional de Saúde Materno-infantil, elaborado em 1974.

Nesse período, o compromisso desses programas limitava-se as demandas relativas a gravidez e ao parto, mas com interesse específico na criança. Algumas análises demonstram ainda, a preconização desses programas as ações materno-infantil como estratégia de proteção aos grupos de risco e de maior vulnerabilidade, como era o caso de crianças e gestantes.

Uma outra característica era a verticalidade e a falta de integração com outros programas, resultando assim, em uma assistência fragmentada. O movimento feminista criticou esses programas por conta da forma reducionista com que tratavam a mulher, que só tinha acesso a alguns cuidados de saúde no ciclo gravídico-puerperal, ficando a maior parte da vida sem assistência.

As mulheres organizadas argumentaram que elas tinham outras necessidades e problemas próprios de sua condição feminina, reivindicaram sua condição de sujeitos de direito com necessidades que extrapolam o período de gestação e parto, exigindo ações que lhes proporcionassem melhora das condições de saúde em todo ciclo de vida, e com forte atuação no campo de saúde contribuíram para introduzir ações até então relegadas a segundo plano.

Com a análise das propostas o Ministério da Saúde elaborou em 1984, o Programa de Assistência Integral a Saúde da Mulher (PAISM) que incorpora como princípios e diretrizes a descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, bem como a integralidade e equidade de atenção.

O PAISM incluía além da assistência ao Pré-natal, Parto e Puerpério, ações educativas, preventivas, de diagnóstico e tratamento, bem como assistência a mulher em clínica ginecológica, no climatério, planejamento familiar dentre outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres. Aqui, passa-se a considerar a população feminina com um novo perfil epidemiológico, o que significa dizer que a mulher não morre apenas de causas obstétricas diretas (aborto, hemorragia, infecção).

Entretanto, esse programa não abrange todas as ações previstas nos documentos que norteiam a Política de Atenção Integral a Saúde da Mulher, que a partir de 2003 passa a contemplar segmentos da população feminina ainda invisibilizados e problemas emergentes que afetam a saúde da mulher.

Hoje, o PN/AISM tem como compromisso a implantação de ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres e, redução da morbi-mortalidade por causas previníveis e evitáveis, tendo como publico alvo não apenas as mulheres em todo ciclo de vida mas também atenção as mulheres rurais, com deficiência, as negras, indígenas, presidiárias e lésbicas. Incorporando ainda, o enfoque de gênero, direitos sexuais e violência doméstica e sexual, reforçando a visão de integralidade da assistência prestada as mulheres.

Meus comentários sobre o tema:

Particularmente achava bem chato ter que estudar essas políticas. Como uma amiga costuma dizer, eu ainda não estava evoluída o suficiente para entender a essência do assunto! E eu acho que é verdade!!! rsrsrs. Mas professora Tyrrel conseguiu "incutir" (como diz a Vivi) as políticas em minha cabecinha.
Bem, brincadeiras a parte... vamos ao que interessa. O texto expressa bem o compromisso com a mulher em cada período. Durante as décadas de 30, 50 e 70 a mulher era vista como "objeto da reprodução", ou seja, o importante era o cuidado durante o ciclo gravidico-puerperal sendo o Pré-natal, parto e puerpério a atividade principal do programa. Com a criação do PAISM em 1984, ela passa a ser o "sujeito da reprodução", tendo nesse período o direito de assistência em todo ciclo de vida. Em 2004, com a criação do PN/AISM, a mulher passa a ser "sujeito da cidadania", é vista como cidadã com direitos de saúde reprodutiva, sexuais, escolha da assistência que deseja, tipo de parto, presença de acompanhante, aos quais não eram contemplados anteriormente.
Um outro fator foi a mudança nos indicadores de morbi-mortalidade, sendo este, importante para avaliar as condições de saúde de uma população. Índices de morbi-mortalidade elevadas são indicativas de precárias condições socioeconômicas, baixo grau de informação e escolaridade, violência familiar e dificuldades de acesso a serviços de saúde de boa qualidade. Pois como foi citado no texto, a mulher não morre apenas por causas obstétricas diretas, e graças a mudanças no perfil epidemiológico podemos identificar as causas indiretas próprias também do mercado de trabalho onde ela está inserida, e não somente no ciclo gravídico puerperal. Dentre as causas indiretas posso citar as doenças crônico degenerativas, cardiovasculares, os transtornos mentais, câncer cérvico-uterino entre outras que vão mudando de acordo com o perfil de cada população. No ano de 2003 passa-se a contemplar também, a atenção a segmentos da população feminina que eram invisibilizados, como o caso das mulheres rurais, com deficiência, presidiarias, indígenas, lésbicas e as negras.
Foi exatamente o que eu quis expressar com a figura desta postagem, todas são mulheres, independente do período de vida, da cultura, raça, opção sexual e portanto, como cidadãs todas tem o direito a uma assistência integral e de qualidade.
Fonte:
Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher. Princípios e Diretrizes. Brasília 2007






















sábado, 6 de junho de 2009

Nosso primeiro sábado...




Não poderia deixar de postar sobre este dia não é? Afinal, "o primeiro a gente nunca esquece..." Seja o que for, o primeiro beijo, o primeiro salário (rsrs), o primeiro dia de aula. Lembro-me como se fosse hoje... O jardim da infância, a graduação e agora a especialização.

E como diz a professora Tyrrel "esses meninos gostam muito de comer"(imaginem essa frase com um sotaque espanhol), a foto não poderia ser em outro lugar!!! Mas para mim, esta fotografia ficou marcada como o início de uma nova etapa em nossas vidas. Claro que fiquei com friozinho na barriga, novos alunos, professores, instituição... mas foi um dia muito gostoso! com cheirinho de novo...

Sonhos, conquistas, realizações e muita luta é que vem pela frente!!! O parto humanizado já está estabelecido e a luta por ele vem se fortalecendo cada dia mais.



Para mudar o mundo é preciso, antes, mudar a forma de nascer." (Michel Odent)
Uma linda tarde!!!!





sexta-feira, 5 de junho de 2009

♥QUANDO TUDO COMEÇOU...♥

Foi exatamente no primeiro semestre do ano de 2007. Eu estava no sétimo período, já tinha concluido praticamente todas as disciplinas e estágios da graduação. CTI, Emergência, Clínica Médica, Cirúrgica, enfim... E aquele pontinho de interrogação ainda continuava em minha cabeça! Será que é isso mesmo? Será que é essa a profissão? mas tudo bem... não iria desistir praticamente no fim por causa de uma dúvida.
Nesse período, tinhamos uma disciplina que era considerada o "terror" para grande parte dos alunos que a fizeram e para os que ainda iriam inicia-la. Uma tal de Obstetrícia... Havia até relatos de alunos que ficaram reprovados mais de quatro vezes!!! não sei se verídico ou apenas pressão psicológica. A verdade é que a maioria de nós sentiamos um friozinho na barriga quando falavamos na disciplina.

Eis então, que chegou o grande dia!! Eu, super apreensiva, com gravador, mp3, blocos de anotação, tudo para não perder uma só palavra do que a professora falava! E lembro-me como se fosse hoje... na primeira aula falou sobre Índices de morbimortalidade materna. E pensei...bem, não foi tão ruim assim... ou melhor, não foi nada ruim, pelo contrário super interessante!
Desmitifiquei tudo o que falaram sobre a disciplina e abri meu coração para a obstetrícia sem medo de ser feliz (rsrs), porque foi amor a primeira vista!!! A cada semana as matérias ficavam mais complicadas, mas era prazeroso estuda-la (pelo menos para mim e alguns poucos que conseguiram libertar-se do fantasma da obstetrícia buuuuu!!!rs.).
Enfim... passei com louvor, e como já era de esperar hoje faço especialização em Enfermagem Obstétrica, e não encontro palavras para expressar o quanto estou amando! Acordo as cinco da manhã todos os sábados, chego em casa as oito da noite, mas com imenso prazer e satisfação porque simplesmente AMO, AMO, AMO o que faço... sei que encontrei o meu caminho! Ser Enfermeira Obstetra é uma arte... é Mágico!!!!
Bjinhos carinhosos a todos vocês...
linda noite!!! ♥